A história de fé da Comunidade do Divino Espírito Santo, tem início no ano de 1915, quando o Senhor Bernardo Macedo buscou em Sinimbu uma imagem do Divino, fazendo assim de seu lar um lugar de devoção e de oração, em que as pessoas podiam fazer seus pedidos e agradecimentos, tendo início a comunidade e a devoção que foi se cultivando e se passando de geração em geração.
No ano de 1950 se levantou a primeira capela de madeira, construída com muita dificuldade e fé. Neste local também foi dado por muitos anos aula, tendo como primeira catequista e professora a senhora Lurdes Turcatto, neta do Senhor Bernardo Macedo. A capela erguida em honra do Divino Espírito Santo foi surpreendida por um temporal que a arrancou do local, sendo reerguida novamente pelos devotos do Divino.
No ano seguinte a comunidade recebeu a visita do bispo diocesano de Santa Maria, na época, Dom Antônio Reis, sendo acompanhado pelos padres: Luiz Hoffmann e Beno Reis. Nesta celebração foram realizadas 325 crismas e 24 batizados, esse grande número se dava pelo fato do bispo demorar para vir novamente. E neste mesmo ano, no mês de maio houve uma procissão, missa e festa em honra ao padroeiro da pequena comunidade.
No ano de 1955 houve uma reforma na capela de madeira, com auxílio do Padre João Pasa, como padrinhos da reforma da capela: Ademar Gentil dos Santos e Adelina Rodrigues de Souza. Nesse ano também foi comprado o sino, por intermédio de José Miguel Sanmartim que trouxe de Porto Alegre.
Ainda no mesmo ano, foi considerado um marco na história, pois com o dinheiro que os devotos iam doando, Bernardo Macedo e sua esposa Fermiana Fernando, compraram para capela a imagem do Divino Espírito Santo que está atualmente na capela. Os padrinhos da imagem são: José Antônio de Souza e Lurdes Turcatto, eleitos por meio de um leilão.
No ano de 1958 foi feito de madeira (nó de pinho), uma pombinha para ir visitar as casas, abençoando e fazendo uma coleta para comunidade. Como pioneiros das visitas da bandeira, foram: Pedro Francisco Candinho, João Garcia e Dodo Meireles. Ambos acompanhavam a bandeira e iam cantando os cantos tradicionais do Divino.
No ano de 1964 durante as missões que houve na comunidade, Padre João Pasa fez uma eleição para decidir onde iria ficar a capela, pois alguns queriam que ficasse no local de fundação nas terras de Bernardo Macedo e outros que fosse construída ao lado do cemitério. Depois de uma eleição, começaram a construção, localizada ao lado do cemitério da comunidade e continua até hoje.
No ano de 1966 foi anunciado que o Divino Espírito Santo teria dois casais de festeiros que organizariam a festa, foram eles: Alberto Miguel Cremonese e Maria Noêmia Cremonese, Alfredo Gonçalves Trindade e Carmem Lisboa Trindade.
No ano de 1986, aconteceu a inauguração da capela de alvenaria, que foi construída com a cooperação de muitos fiéis. A planta foi elaborada por Albino Puntel hoje padre Palotino, pois seu irmão, Luiz Puntel era o coordenador da comunidade e das obras da nova capela.
A capela com o passar do tempo teve algumas reformas, como: no telhado, teto, piso e pintura. No ano de 2013 houve a reforma interna, sendo colocado um conjunto de Cruz, pilares, sacrário, altar e ambão de mármore, tirando o conjunto do altar mor. No mesmo ano foi erguido na frente da capela um monumento em honra do Divino Espírito Santo, para os fiéis fazerem suas orações e acenderem velas.
No mês de fevereiro a bandeira e o tambor (símbolos e sinais que norteiam a proximidade da festa), são enviados em visita as casas (mais de 300 lares). Pelas comunidades vizinhas, por meio de voluntários que ao se aproximar da casa tocam o tambor anunciando que a bandeira está chegando, e assim toda família se reúne em torno do Divino fazendo suas orações, dando suas ofertas e pagando suas promessas.
No mês de maio toda comunidade entra no clima da festa, bandeiras são hasteadas nas casas, a capela é decorada, e durante nove noites são realizadas as tradicionais novenas. Cada noite tem um padre que vem celebrar a eucaristia, sempre meditando um tema e preparando os fiéis para a grande festa.
A festa ocorre no terceiro domingo de maio, considerado o maior evento religioso do município de Passa Sete e também da Paróquia São Marcos de Segredo, reunindo mais de mil pessoas durante todo o dia de festividade. A programação sempre começa com a alvorada festiva, a tradicional cavalgada em que reuni grandes números de cavaleiros de toda região centro serra, a Santa Missa e almoço, acontecem à tarde, destinada aos batizados de pessoas que tem promessas, também é feita a benção da saúde concluindo as festividades com a reunião dançante.
[1]Fonte: Vanuti Cremonese – Seminarista da Diocese de Cachoeira do Sul, acadêmico do curso de Teologia da Faculdade Palotina-FAPAS de Santa Maria- RS, e natural desta comunidade. E-MAIL: vanuticremonese16@gmail.com